quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Dúvida de coração bobo



Não sei onde vou guardar tanto fascínio
Se n'alma, em um casulo ou coração
Penso-te distante do meu domínio
Coração fica doido de paixão

Coração questiona se me queres
Com a mesma intensidade do meu
Se acaso, alguma certeza me deres
Vou levitar como nuvem no céu

São tantas incertezas infundadas
Advindas do meu bobo coração
Da mente oca, dúvida cultivada

Que interfere no aconchego amoroso
Impõe sobre mim esse caminhar,
Nessa estrada de trilho doloroso.

Diná Fernandes



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Um acorde , um acalanto




Vem de longe um acorde que acalanta
Tamanha dor que sucumbe os meus dias
No perpassar do tempo se agiganta
Amargas e ácidas avarias

Recordo aquela música marcante
Que exerce forte poder sobre mim
Lembro do ritmo tão contagiante
Quando para mim fazias festim.

Hoje só o pesar e desenganos
Que me esmaga o solo do coração
Floresce na vida dias tiranos

Amar é assim, dor, satisfação
Tempero que salga o quotidiano
Afeta as raízes do coração.

Diná Fernandes









domingo, 31 de janeiro de 2021

Tarde invernada

 


Nesse fim de tarde nada me alegra 
Da vidraça vejo chuva em torrente 
Dentro do peito coração sem regra
Verte lágrimas alternadamente

Quisera sair da aparente prisão 
Sentir o cheio da terra molhada 
Deixar cair na correnteza, a ilusão 
Que escorre pela vidraça orvalhada

Coração teme a  tarde invernal 
Na janela, olhar ansioso tece,
 Busca  por esperança  e alento total

Um certo desconforto que acontece
E a sensação de impotência total
Na mal fadada tarde me esmorece.

Diná Fernandes

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Reencontro

     Participando da  blogagem  "Contando" a convite da amiga Norma Emiliano.

Participe você também!

Reencontro

João e Maria estudavam na mesma escola, namoraram  durante dois anos, porém o destino os separou, cada um seguiu seu caminho.

João  casou, a Maria também, nenhum dos dois foi feliz no casamento, é; havia um plano divino para eles. A Maria  depois da separação retorna para sua cidade sem pretensões sobre João, pois nada sabia sobre sua vida, muito menos da viuvez .

Numa certa tarde a Maria decidiu contemplar o por-do-sol, a vida  com seus momentos surpreendentes esteve a contemplar ambos com um inesperado encontro. 

João, permaneceu estático, gelado  como iceberg, coração descompassado e sem palavras, a Maria foi mais forte, lhe estendeu as mãos num gesto afirmativo de amor restabelecido.

O amor tem dessas coisas, junta, separa, mas um final feliz é compensador.

Diná Fernandes





terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Quando essa onda passar




Quando esse furacão perder as forças, 
Quando essa onda passar, 
Que eu não esteja como fruto maduro 
Quase a despencar do galho. 

Com a vida transformada 
será que sobra algo de mim? 
Serei mais doce, ou 
Tornar-me-ei em bruta acidez? 

Que esse constante perscrutar 
Sem nenhuma resposta 
Não seja para o meu ego 
um perseguir inútil. 
Talvez seja melhor 
Um posicionamento neutro. 

Se tudo está sob o controle 
da justiça divina, 
 Eu, grãozinho de areia 
ousando questionar 
se quando essa onda passar 
algo de mim sobrará! 

Diná Fernandes



domingo, 17 de janeiro de 2021

Ao toque das suas mãos



A tarde enevoada, 
no céu um bordado 
prometendo tempestade. 

Confiante,
caminho entre o trigal
sem temer a instabilidade do tempo,
sem pretensão de encontro
ou algo que pudesse desmoronar 
minha liberdade

 

Ele, mais confiante que eu 
com firmeza se aproximou, 
mostrou ao que veio. 
seu olhar expressando 
um desejo vibrante 
me assediou de um jeito audaz.
Ao toque das suas mãos 
senti minhas forças desmoronadas. 

Que poderoso!

Diná Fernandes




sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Cansaço de tudo

                                         

Dez meses confinada dentro do meu eu, 
que cansaço mais sem graça! 
Já fiz pose de moça namoradeira,
cansei os olhos na janela
vendo desfilar os  mascarados.
Desliguei a Tv para não assistir o sangue escorrer~.
Sinto;
O peso da imposição sobre meus ombros, 
e essa vontade de sair por ai 
encontrar braços para abraçar, 
amigos para papear, 
renovar o brilho do olhar, 
mudar o tom da pele, 
esse bronze Maisena enfada meu olhar, 
é uma indesejada brancura, 
quando eu quero mesmo é o dourado do sol, 
a leveza do vento desarrumando os cabelos, 
o cheiro de mar a me embriagar de maresia, 
me alegrar com o voo rasante das gaivotas 
riscando o céu com as belas acrobacias 

Cadê a minha liberdade? 
 Diná Fernandes







Dúvida de coração bobo

Não sei onde vou guardar tanto fascínio Se n'alma, em um casulo ou coração Penso-te distante do meu domínio Coração fica doido de paixão...