Rebeldia do vento

O vento da tarde chega enloquecido e quente, rodopia como bailarina em frente à minha casa, deixa seus rastros empoeirados , volta na madrugada, frio e sonoro , parece querer se desculpar da sua fúria vespertina.

Ó vento,

ca da minha sala
observo suas peripécias...

Como menino levado
que tudo desarruma
sem preocupar-se
com a rebeldia.

Esconde-se nas curvas
do tempo , nos seus intocáveis
e imperceptíveis aposentos.

Quisera ter a força do vento,
mas sou apenas pensamento
solto no ar.

Diná Fernandes

Partida da minha irmã Luzia

Mais uma irmã partiu para os braços do pai, 

nessa madrugada. Seu último niver em 20 -12-19 (93 anos)
A foto do seu último aniversário parece dizer adeus aos seus entes queridos.
Que Deus a tenha na luz.

Aqui não deixo  uma rosa negra, nem um laço negro

expressando minha dor,  Minha irmã, mas,uma rosa branca simbolizando a luz .

Descanse em Paz! Saudades eternas!

Parabéns à você  Dra. Francimar, a neta mais querida

que tão bem cuidou de sua vozinha, com certeza ela partiu em paz 

por sentir sua presença até o último suspiro.

Ainda lúcida poucos dias antes, Francinha fez esse vídeo no Hospital
lindo e comovente.

21 de Março – DIA MUNDIAL DA POESIA

O ‘Dia Mundial da Poesia’ é comemorado no dia 21 de Março e a data foi criada na 30ª Conferência Geral da UNESCO, em 16 de Novembro de 1999, com o propósito de promover a leitura, escrita, publicação e ensino da poesia.

Um mimo aos poetas e poetisas.

Se desejar e gostar, leve, é seu!!

E, sendo dia de poesia, parabenizo os poetas. Sem poeta, não há poesia!
Mia Couto
Meu poeta preferido

Companheiros
Quero
escrever-me de homens,
quero
calçar-me de terra,
quero ser
a estrada marinha
que prossegue depois do último caminho.

E quando ficar sem mim,
não terem escrito
senão por vós,
irmãos de um sonho.

Por vós
que não sereis derrotados.

Deixo
a paciência dos rios
a idade dos livros,
Mas não lego
mapa nem bússola,
por que andei sempre
sobre meus pés
e doeu-me
às vezes
viver.

Hei - de inventar
um verso que vos faça justiça.
Por ora
basta-me o arco-íris,
em que vos sonho
basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos,
mas que permaneceis sem preço.
Companheiros

(Mia Couto)
***

Sou a Poesia!


Não sou apenas figurinhas perdidas por ai
bordando uma branca folha de papel.
Sou versos com asas de passarinho
voando no céu do poeta.

Teço loas ao seu ouvido,
desperto versos adormecidos,
rascunhos engavetados,
crio meu mundo , povoo de fantasia,
instigo talentos adormecidos.

Crio, transformo,
dou vida e roupagem,
me visto de ilusão,
choro no braço do violão.

Sou palavra e reflexão
Sou também transpiração,
Sou o som que vibra n’ alma do poeta,
a canção que acalenta o desejo de escrever.

Sou vida em versos para além da vida!
Falo de mim e da vida alheia
Escrevo para mim e para todos.

Diná Fernandes