Nesse fim de tarde nada me alegra
Da vidraça vejo chuva em torrente
Dentro do peito coração sem regra
Verte lágrimas alternadamente
Quisera sair da aparente prisão
Sentir o cheio da terra molhada
Deixar cair na correnteza, a ilusão
Que escorre pela vidraça orvalhada
Coração teme a tarde invernal
Na janela, olhar ansioso tece,
Busca por esperança e alento total
Um certo desconforto que acontece
E a sensação de impotência total
Na mal fadada tarde me esmorece.
Diná Fernandes