Escrever contos , causos ou crônica não é minha praia, não tenho o menor talento para tal arte.
Da minha vida laborativa tenho muitas histórias pra contar, uma delas não menos engraçada é a do menino Procrep. Leiam e divirtam-se!
Senhor humilde, maltrapilho, fala mansa, olhar firme, chegou ao posto de saúde com seu dez filhos para consultá-los, nove meninas e um menino. As meninas contavam entre três e oito anos, o menino, zero ano.
Sendo eu a responsável pela triagem de pacientes no setor de Pediatria, coube-me então cadastrar a criançada. Confesso que não foi fácil, as meninas com seus cabelos encarapinhados e sujos onde podia se perceber nitidamente a grande quantidade de pedículos a disputar espaço naquelas cabeças, e algumas delas, escorria de seus narizes aquele filete de catarro amarelo que desaguava em suas bocas.
Senhor humilde, maltrapilho, fala mansa, olhar firme, chegou ao posto de saúde com seu dez filhos para consultá-los, nove meninas e um menino. As meninas contavam entre três e oito anos, o menino, zero ano.
Sendo eu a responsável pela triagem de pacientes no setor de Pediatria, coube-me então cadastrar a criançada. Confesso que não foi fácil, as meninas com seus cabelos encarapinhados e sujos onde podia se perceber nitidamente a grande quantidade de pedículos a disputar espaço naquelas cabeças, e algumas delas, escorria de seus narizes aquele filete de catarro amarelo que desaguava em suas bocas.
Iniciei meu trabalho...
Nomes das crianças?
- Minha fia, disse-me o pai, todas elas se chamam Maria, nome de santa.
Os sobrenomes eram diversos de rosas, dores, rosário e etc...
Indaguei o motivo de todas terem o mesmo nome, -lá em casa fia, toda vez que a muié estava parindo, eu chamava meu vizinho e cumpadi pra oiar na foinha o santo do dia, e ai o menino ou a menina ganhava o nome do santo.
- Minha fia, disse-me o pai, todas elas se chamam Maria, nome de santa.
Os sobrenomes eram diversos de rosas, dores, rosário e etc...
Indaguei o motivo de todas terem o mesmo nome, -lá em casa fia, toda vez que a muié estava parindo, eu chamava meu vizinho e cumpadi pra oiar na foinha o santo do dia, e ai o menino ou a menina ganhava o nome do santo.
Curioso foi o nome do menino! Procrep, chamava-se o menor de Procrep? Que esquisito pai, pensei!
Perguntei-lhe, onde encontrou esse nome tão diferente, - ora, ora; na foinha do dia.

Encaminhei as fichas para o consultório, a Drª então lhe fez os mesmos questionamentos que eu, e obteve as mesmas respostas! Chegando a vez do Procrep, ela foi mais além, observou bem a data de nascimento, 15-11-86, e falou para o pai do garoto, esse dia senhor, não é dia de santo nenhum, é a data de um acontecimento histórico ocorrido no Brasil, portanto o nome do seu filho não é legítimo, significa a abreviatura da Proclamação da República!
Sr João ficou revoltado e disse " Sou um ignorante da palavra, mas esse letrado que aceitou o nome que não é de gente, é mais burro que eu, será que não conhece esse acontecido no Brasil e me faz passar essa vergonha toda e o coitado do menino com esse nome "?
A drª por sua vez orientou aquele pai para voltar no Cartório e tentar mudar o nome da criança, passado algum tempo, sr. João volta ao Posto de Saúde com o Procrep já crescidinho e, em alto e bom tom fala pra todos os presentes o motivo da sua fala, foi ao Juiz e conseguiu sem nenhum obstáculo, mudar o nome de Procrep para Procópio.
Como se pode ver há escrivão e escrivãos, e esse superou a ignorância do pai de Procrep!
PS: Aconteceu no Pam Ceasa- Recife-PE em 1986
Diná Fernandes