Prosa transformada em Crônica a pedido de uma amiga poetisa.
Que
responsabilidade, penso que nesse quesito minha nota é zero!
Pintou
uma repentina indiferença entre nós, e ai? Sei lá o que está acontecendo, nem
as corriqueiras briguinhas de casal!!
Morrendo
por dentro por não sentir-me desejada, mesmo contida, usei toda a minha
serenidade , caprichei no disfarce. Esbanjei suposta alegria, saí com algumas
amigas,viajei, nada comuniquei.
Voltei,
senti a situação invertida...Opa! Pensei...Não vou dar mole ,embora os desejos
da carne falassem o contrário. Sem nenhum questionamento me recebeu com uma
inesperada alegria, mostrou-se acessível e solicito .
Procurei
pelo nosso quarto algo que o comprometesse, cuidadosamente examinei suas roupas
, nos lençóis nenhum vestígio de passagem feminina pela nossa cama, não senti
outro cheiro que não fosse o meu . Mordi os lábios com aquela malícia peculiar
de mulher, e imaginei o quanto devia está faminto. Ah! Vou tripudiar meu amor,
é minha vez, não vou xingar nem fraquejar, apenas maltratar um pouco, ou melhor
temperar aqueles dias congelados azedos e sem sal. Silenciosamente fui
depurando meu veneno.
Fui até
a cozinha, preparei um bom café, arrumei a mesa bem ao gosto dele. Durante a
refeição conversamos, falei da viagem maravilhosa, dos divertimentos e da
família. Percebi o quanto ficou animado. Após o café, enquanto eu lavava a
louça, senti aquela aproximação desejosa... Ih! Está pedindo reza, vai ter
penitência... rsrs...
Sussurrou
ao meu ouvido o que toda mulher gosta de ouvir, “... estou com saudades”, hoje
estou animalesco, não pra maltratar fisicamente, mas pra te enlouquecer de
prazer, dei de ombros, ele sabia o quanto eu desejava seus braços e abraços ,
soube muito bem ferver minhas adrenalinas.
Recusei
a investida, troquei a sumária roupa, esta que quase nada cobria. Passeei pela
casa como se nada tivesse escutado. Coração na boca, corpo trêmulo, mas,
degustando a minha recusa, troca de olhares dizendo sim e o coração relutando,
nossas roupas eram mínimas, as inevitáveis manifestações de desejos presentes e
visíveis, peito arfante, faces ruborizadas, eu quase fraquejando.
Com um
charminho inteligente vinguei a abstinência que por uns dias me castigou. O
amor é comandante do coração apaixonado, entendi que quando existe amor
verdadeiro tudo passa , certas briguinhas silenciosas são um excelente tempero
para uma reconciliação.
Foi
assim com classe e sem atalhos, que consegui
acender as chamas do amor com aspecto de vela ao vento, prestes a apagar
de vez. A placidez e uma excelente arma diante de situação que tende a gerar
conflito.
Confesso
que me diverti bastante com a vingança, não houve maus tratos, nem verbalização
chula, foi apenas um charminho bem sucedido com as emoções aquecidas.
Adorei ler Diná!
ResponderExcluirO castigo foi na hora exata.rs
Uma crônica muito bem elaborada,parabéns amiga.
Bjs-Carmen Lúcia.
Amiga Carmem , CrÔnica não é bem minha praia, mas a minha amiga insistiu tanto que acabei atendendo o pedido dela.Grata por ler e apreciar.
ExcluirBjss!
Quando há amor, depois da briga o amor ainda é mais forte...
ResponderExcluirMagnífico texto, gostei muito.
Diná, um bom fim de semana.
Beijo.
Um castigo bem merecido...
ResponderExcluirEscreveu muito bem esta crónica.
Bjs