quinta-feira, 13 de julho de 2017

Castigou-me na mesma cam


Prosa transformada em Crônica a pedido de uma amiga poetisa. 
Que responsabilidade, penso que nesse quesito minha nota é zero!


Pintou uma repentina indiferença entre nós, e ai? Sei lá o que está acontecendo, nem as corriqueiras briguinhas de casal!!

Morrendo por dentro por não sentir-me desejada, mesmo contida, usei toda a minha serenidade , caprichei no disfarce. Esbanjei suposta alegria, saí com algumas amigas,viajei, nada comuniquei.
Voltei, senti a situação invertida...Opa! Pensei...Não vou dar mole ,embora os desejos da carne falassem o contrário. Sem nenhum questionamento me recebeu com uma inesperada alegria, mostrou-se acessível e solicito .

Procurei pelo nosso quarto algo que o comprometesse, cuidadosamente examinei suas roupas , nos lençóis nenhum vestígio de passagem feminina pela nossa cama, não senti outro cheiro que não fosse o meu . Mordi os lábios com aquela malícia peculiar de mulher, e imaginei o quanto devia está faminto. Ah! Vou tripudiar meu amor, é minha vez, não vou xingar nem fraquejar, apenas maltratar um pouco, ou melhor temperar aqueles dias congelados azedos e sem sal. Silenciosamente fui depurando meu veneno.

Fui até a cozinha, preparei um bom café, arrumei a mesa bem ao gosto dele. Durante a refeição conversamos, falei da viagem maravilhosa, dos divertimentos e da família. Percebi o quanto ficou animado. Após o café, enquanto eu lavava a louça, senti aquela aproximação desejosa... Ih! Está pedindo reza, vai ter penitência... rsrs...
Sussurrou ao meu ouvido o que toda mulher gosta de ouvir, “... estou com saudades”, hoje estou animalesco, não pra maltratar fisicamente, mas pra te enlouquecer de prazer, dei de ombros, ele sabia o quanto eu desejava seus braços e abraços , soube muito bem ferver minhas adrenalinas.

Recusei a investida, troquei a sumária roupa, esta que quase nada cobria. Passeei pela casa como se nada tivesse escutado. Coração na boca, corpo trêmulo, mas, degustando a minha recusa, troca de olhares dizendo sim e o coração relutando, nossas roupas eram mínimas, as inevitáveis manifestações de desejos presentes e visíveis, peito arfante, faces ruborizadas, eu quase fraquejando.

Com um charminho inteligente vinguei a abstinência que por uns dias me castigou. O amor é comandante do coração apaixonado, entendi que quando existe amor verdadeiro tudo passa , certas briguinhas silenciosas são um excelente tempero para uma reconciliação.

Foi assim com classe e sem atalhos, que consegui  acender as chamas do amor com aspecto de vela ao vento, prestes a apagar de vez. A placidez e uma excelente arma diante de situação que tende a gerar conflito.


Confesso que me diverti bastante com a vingança, não houve maus tratos, nem verbalização chula, foi apenas um charminho bem sucedido com as emoções aquecidas.





4 comentários:

  1. Adorei ler Diná!
    O castigo foi na hora exata.rs
    Uma crônica muito bem elaborada,parabéns amiga.
    Bjs-Carmen Lúcia.

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    1. Amiga Carmem , CrÔnica não é bem minha praia, mas a minha amiga insistiu tanto que acabei atendendo o pedido dela.Grata por ler e apreciar.
      Bjss!

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  2. Quando há amor, depois da briga o amor ainda é mais forte...
    Magnífico texto, gostei muito.
    Diná, um bom fim de semana.
    Beijo.

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  3. Um castigo bem merecido...
    Escreveu muito bem esta crónica.
    Bjs

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Dúvida de coração bobo

Não sei onde vou guardar tanto fascínio Se n'alma, em um casulo ou coração Penso-te distante do meu domínio Coração fica doido de paixão...